sexta-feira, 30 de março de 2012

Receita De Uma Mente

Pegue um pedaço do espaço e do tempo
Um fragmento do seu coração
Um pouco do seu sentimento
E lembranças esquecidas no porão

Uma ou duas gotas de pura emoção
A felicidade de um simples momento
Algum pensamento de revolução
E umas ideias soltas no vento

Coloque um sentido surreal
Adicione um pouco de sangue fervente
Borrife um repelente para o mal
E junte tudo isso em um recipiente

Ponha dentro de uma cabeça quente
E quando exalar a essência do imortal
Misture muito cuidadosamente
E sirva a mente ainda natural

quarta-feira, 28 de março de 2012

Seus Olhos

Lembrei dos seus olhos olhando pra mim
Quando vi o espelho da vida na minha frente

Refletindo a luz do mais belo amanhecer
E a escuridão da mais sombria noite
O embaçar da mais densa névoa
E a nitidez da mais intensa primavera
A ilusão da mais leve carícia
E a profundidade do mais penetrante olhar

Então lembrei dos seus olhos olhando pra mim
E comecei a prestar atenção neles

Eram olhos profundos como a mais leve primavera
E ilusórios como a mais intensa névoa
Nítidos como a mais densa noite
E embaçados como o mais sombrio amanhecer
Obscuros como o mais belo olhar
E iluminados como a mais penetrante carícia

E eu posso te dizer que nesse mundo não existem olhos tão iluminados quanto esses teus
Pois sem eles não vejo a luz no fim do túnel
Sem eles... o túnel sequer tem um fim

sábado, 24 de março de 2012

Era Uma Vez Retalhos

Era uma vez retalhos...
Apenas retalhos, nada mais.
Apenas retalhos de uma vida pacata e monótona no meio dos campos onde se colhe a felicidade. Apenas retalhos da minha mente, quando ela ainda se encontrava intacta. Apenas retalhos das lembranças de quando eu ainda te buscava. E procurei você por mais tempo do que pensei ou poderia pensar. Procurei você mais do que pretendia. Procurei você mais do que deveria. Só que você se esconde tão bem em meio aos retalhos da minha vida. Mas depois de peregrinar pelos campos de felicidade. Depois de virar a vida pacata e monótona de cabeça pra baixo. Depois de revirar a minha mente. Depois de vasculhar as minhas lembranças... acabei desistindo.
Foi aí que reparei em todos os retalhos em que mexi. Ainda eram retalhos. Apenas retalhos, nada mais. Só que agora formavam alguma coisa. Alguma coisa que eu ainda não entendia. Dei um ou dois passos para trás, e então eu vi... você!